Chega de tentar dissimular
E disfarcar e esconder
O que não dá mais pra ocultar
E eu não posso mais calar
Já que o brilho desse olhar foi traidor
E entregou o que você tentou conter
O que você não quis desabafar e me cortou
Chega de temer, chorar, sofrer
Sorrir, se dar, e se perder, e se achar
Que tudo aquilo que é viver,
Eu quero mais é me abrir
E que essa vida entre assim
Como se fosse o Sol
Desvirginando a madrugada
Quero sentir a dor dessa manhã
Nascendo, rompendo, rasgando,
E tomando meu corpo e então...
Eu... chorando, sofrendo, gostando, adorando
Gritando feito louco, alucinado e criança
Sentindo o meu amor se derramando
Não dá mais pra segurar
Explode coração
E disfarcar e esconder
O que não dá mais pra ocultar
E eu não posso mais calar
Já que o brilho desse olhar foi traidor
E entregou o que você tentou conter
O que você não quis desabafar e me cortou
Chega de temer, chorar, sofrer
Sorrir, se dar, e se perder, e se achar
Que tudo aquilo que é viver,
Eu quero mais é me abrir
E que essa vida entre assim
Como se fosse o Sol
Desvirginando a madrugada
Quero sentir a dor dessa manhã
Nascendo, rompendo, rasgando,
E tomando meu corpo e então...
Eu... chorando, sofrendo, gostando, adorando
Gritando feito louco, alucinado e criança
Sentindo o meu amor se derramando
Não dá mais pra segurar
Explode coração
Filho do cantor e compositor Luiz Gonzaga, nasceu no dia 22 de setembro de 1945, no Rio de Janeiro. Sua mãe, Odiléia, era uma cantora e dançarina que morreu de tuberculose ainda muito moça, com apenas 22 anos de idade, deixando Gonzaguinha órfão aos dois anos.
Em função da dificuldade de seu pai para criá-lo, foi entregue a seus padrinhos, Seo Xavier e Dona Dina. Sua infância foi passada no morro de São Carlos, no bairro do Estácio onde Gonzaguinha conviveu com a miséria, a falta de infra-estrutura e todas as dificuldades que existem em uma favela. Aos 16 anos foi morar com o pai para poder dar continuidade aos seus estudos, já que seus padrinhos não tinham condições financeiras para isso. Mas não foi fácil. Teve desavenças com a mulher de seu pai e, por causa disso, foi para um colégio interno. Seus estudos o levaram à Faculdade de Ciências Econômicas Cândido Mendes, no Rio de Janeiro.
Durante seu período universitário entrou em contato com outros músicos novos como ele. Fez parte do grupo MAU (Movimento Artístico Universitário) junto com Ivan Lins, Dominguinhos, Aldir Blanc e César Costa Filho.
Participava de festivais e já começava a despontar pelas suas letras sempre com forte teor social. Aliás, essa era uma marca em sua carreira. Suas letras eram provocativas e, em virtude do regime militar, estava sempre tendo que driblar a censura. Em 73 se apresentou no programa de Flávio Cavalcante e causou grande espanto pelo teor de suas música. Gonzaguinha era agressivo e irônico. Recebeu uma advertência da censura e muitas críticas, mas teve um lado positivo. Seu compacto que estava encalhado nas prateleiras foi rapidamente vendido. Começou aí a carreira de Gonzaguinha. Era um sucesso na Rádio Tamoio e logo veio a gravar seu primeiro long-play.
Com o passar do tempo percebeu que suas letras não alcançavam o público que ele queria tocar. Assim deu uma guinada na carreira e começou a ser mais leve. De certa forma, os tempos haviam mudado e o discurso foi se adaptando às circunstâncias.
No ano de 1976 lançou o disco “ Começaria Tudo Outra Vez” onde conseguiu o sucesso entre as massas. A partir daí se consolidou como compositor sendo gravado por cantoras como Elis Regina, Simone e Maria Bethânia. No dia 9 de abril de 1991 Gonzaguinha morre em um acidente de carro em uma estrada do sul do Paraná, próximo a Pato Branco, em uma estradinha perigosa e mal cuidada. Mais uma vez, por descaso o país perdia mais uma grande referência...
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