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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Free hugs


Novas esquisitices aparecem todos os dias. Esta semana fiquei sabendo da nova onda de "abraços grátis" que alguns "emos" ou alguma outra tribo anda fazendo pelas ruas das cidades.
Pois bem, dizem que isto começou por causa da desconectividade social e falta de contato humano que vivemos nos dias de hoje. Que muitas vezes o que precisamos apenas é de um abraço.  Mas isto me fez pensar algumas coisas:
Será que qualquer pessoa não tem um amigo, pai, mãe, amante, cachorro, gato ou qualquer outro para dar um abraço?
Isto está obviamente aparecendo como uma contracultura à maneira que todo mundo vem se relacionando através de msn, orkut, facebook e outras "coisitas mas". Algo como uma volta ao que a gente tinha antes, que realmente era só abraço mesmo com afeto e carinho. Não como hoje fazem a gurizada de 12, 13 anos que estão oferecendo pra seus amigos free kisses ou free outras coisas piores mesmo. 
Pois é gente, vamos começar a pensar se não estamos nigligenciando  com quem realmente precisa dos nossos abraços.
Mas também, se quem estiver distribuindo abraços for uma gatinha, aí ....."barbados e barangas out" hehehe

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Roadster


O roadster é o modelo de dois lugares conversível em que a armação do parabrisas não é peça integrante da carroceria. Carro de passeio e muito prático para a transformação em hot rod pelo fato de aceitar uma gama muito grande de modificações já que o corpo da carroceria é apenas um compartimento pequeno. Vinha em três versões: a pick-up, a com porta malas e outra com o famoso "banco da sogra". Fácil de matar a "véia", era só acelerar, olhar pelo retrovisor e ver a cobra rolando no asfalto ... hehehe
O único inconveniente é que mesmo com a capota você precisava contar com a boa vontade de São Pedro.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Nei Lisboa

Nei Lisboa é um dos maiores compositores do país, gaúcho da melhor qualidade. Suas músicas tem alicerces na MPB e no rock tendo elegância poética, malícia e ironia na medida certa.  Ouvir um disco seu é deleite certo para uma manhã de sol na sacada com uma xícara de café em uma das mãos e na outra um "intervalo".
Engenheiros do Hawaii bebeu muito desta fonte para fazer seu primeiro disco. Depois, sairam de órbita e quiseram alçar vôos mais altos fazendo aquelas "asneiras" de músicas nos dicos seguintes. A conclusão todos já sabem ....
O disco "Noves Fora", da primeira foto, é peça básica para quem pensa em ao menos se arriscar em querer conhecer um pouco de música boa. 
Sempre muito polêmico. Isto se deve a sua genialidade e inteligência. Também, não é fácil ter que conviver com uma massa que sequer tem um pouco de conhecimento de poesia ou está interessada em saber da sua própria cultura. Qualquer adolescente urbano medianamente esclarecido deve saber quem é Nei Lisboa.
Babado: Você deve estar pensando! Sobrenome Lisboa, Gaúcho. Qual o seu parentesco com a atriz Mel Lisboa? Pois é, uns dizem que sim e outros que não. Mas alguns até chegaram a falar que "pai é o que cria" ... Dúvida!

aqui transcrevo a letra da música "Telhados de Paris", para mim uma das mais bonitas ...

Venta
Ali se vê
aonde o arvoredo inventa um ballet
Enquanto invento aqui pra mim
Um silêncio sem fim
Deixando a rima assim
Sem mágoas, sem nada
Só uma janela em cruz
E uma paisagem tão comum
Telhados de Paris
Em casas velhas, mudas
Em blocos que o engano fez aqui
Mas tem no outono uma luz
Que acaricia essa dureza cor de giz
Que mora ao lado e mais parece outro país
Que me estranha mas não sabe se é feliz
E não entende quando eu grito
O tempo se foi
Há tempos que eu já desisti
Dos planos daquele assalto
De versos retos, corretos
O resto da paixão, reguei
Vai servir pra nós
O doce da loucura é teu, é meu
Pra usar a sós
Eu tenho os olhos doidos, doidos, já vi
Meus olhos doidos, doidos, são doidos por ti

Passou.

Sonny Boy Williamson


Se o Rock fosse um sapo, Sonny Boy seria o óvulo do ciclo evolutivo deste gênero de música. Com sua harmônica, Sonny introduziu um estílo único e caracterizado por cantar uma frase e responde-la com a gaita, colocando nas suas músicas seus lamentos e iras. Foi copiado por praticamente todos os Blues Man's e muitos outros Roqueiros. 

Em 1914 nascia John Lee Williamson, na cidade de Jackson no estado americano do Tennesse. Negro, do campo, foi praticamente sua mamadeira a gaitinha de boca. Não tendo maiores perspectivas de vida e ávido por conhecer o mundo, começou a viajar pegando carona com mais dois amigos. Trabalhando em bares pelo Tennessee e Arkansas para sobreviver, acabou em 34' chegando a Chicago onde começou a ter reconhecimento e conseguir gravar pelo selo Bluebird em 37'. Morreu vítima de um assalto no ano de 1948, no dia primeiro de junho, data de meu aniversário. Não só na música foi copiado mas também existiu um outro Sonny Boy que igualmente ao primeiro, fez sucesso com sua harmônica. Mas para este reservarei outro post ... Curtam que realmente vale a pena.  

Está enterrado na Blairs Chapel Church, Jackson, TN USA


terça-feira, 27 de julho de 2010

Ford 1936

Logo que eu o conhecí tive dúvidas sobre a sua beleza. Porém, observando-o melhor, percebí que ele não era o modelo 35' piorado. Sua grade apesar de menor e não tão viçosa, trazia uma harmonia às formas arredondadas do carro. A verdade é que o 36" é uma bela peça!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

H & H Flatheads


Em algumas dessas andanças pelo mundo das oficinas e dos Hot Rods, eu e meu amigo Quinho, correndo para achar peças do meu Ford 37, acabamos chegando nestas três "figuras"  da primeira foto. São eles Max Herman Jr, Mike Herman e Max Herman III, especialistas em peças de performance e preparação de motores Flatheads e quatro cilindros que equipavam os Ford's e Mercury's até 1952 e donos da H&H Flatheads.
Com o endereço e o já rabiscado e conhecidíssimo mapa de Los Angeles do Quinho em mãos, demos início a busca até o condado de La Cresenta, uma espécie de Municípo da região metropolitana de L.A. Depois de mais de uma hora de viagem, encontramos a oficina e loja da H&H. Porém como o aspecto do local não era nada agradável e sem nenhum movimento, o Quinho achou que eu tinha errado na minha busca e ficou "p" da vida por termos andado tanto para nada. 
Bom, como dizem: "quem tá no inferno ...", desci do carro, empurrei o portão e bati numa portinha velha cheia de graxa. Depois de uns dez minutos, veio o barbudo e nos informou que já haviam fechado (lá o expediente acaba às 5 da tarde). Como "bons brasileiros", começamos com aquela lamúria contando nossa saga desde a saída do Brasíl até chegarmos lá e que precisávamos apenas de algumas peças. Entrando no estabelecimento, mais uma vez comprovamos que nos EUA não é a aparencia externa que conta, o melhor da diversão está escondido no interior dos barracões.
Além de uma coleção de tampas de válvula e peças de preparação antigas para os motores, tinha um Flath preparado para equipar mais um carro do Roy Brizio ao "pequeno" custo de 35 mil dólares. É, tadinhos de nós que fomos lá só pra comprar peças para um motor fraquinho do 37 ....
Mas valeu a pena mais uma vez conhecer este lugar e as pessoas que nos atenderam com muita cordialidade e presteza.


Gonzaguinha - Não dá mais pra segurar

Chega de tentar dissimular
E disfarcar e esconder
O que não dá mais pra ocultar
E eu não posso mais calar
Já que o brilho desse olhar foi traidor
E entregou o que você tentou conter
O que você não quis desabafar e me cortou

Chega de temer, chorar, sofrer
Sorrir, se dar, e se perder, e se achar
Que tudo aquilo que é viver,
Eu quero mais é me abrir
E que essa vida entre assim
Como se fosse o Sol
Desvirginando a madrugada
Quero sentir a dor dessa manhã

Nascendo, rompendo, rasgando,
E tomando meu corpo e então...
Eu... chorando, sofrendo, gostando, adorando
Gritando feito louco, alucinado e criança
Sentindo o meu amor se derramando
Não dá mais pra segurar
Explode coração


Filho do cantor e compositor Luiz Gonzaga,  nasceu no dia 22 de setembro de 1945, no Rio de Janeiro.  Sua mãe, Odiléia, era uma cantora e dançarina que morreu de tuberculose ainda muito moça, com apenas 22 anos de idade, deixando Gonzaguinha órfão aos dois anos.
Em função da dificuldade de seu pai para criá-lo, foi entregue a seus padrinhos, Seo Xavier e Dona Dina. Sua infância foi passada no morro de São Carlos, no bairro do Estácio onde Gonzaguinha conviveu com a miséria, a falta de infra-estrutura e todas as dificuldades que existem em uma favela. Aos 16 anos foi morar com o pai para poder dar continuidade aos seus estudos, já que seus padrinhos não tinham condições financeiras para isso. Mas não foi fácil. Teve desavenças com a mulher de seu pai e, por causa disso, foi para um colégio interno. Seus estudos o levaram à Faculdade de Ciências Econômicas Cândido Mendes, no Rio de Janeiro.
Durante seu período universitário entrou em contato com outros músicos novos como ele. Fez parte do grupo MAU (Movimento Artístico Universitário) junto com Ivan Lins, Dominguinhos, Aldir Blanc e César Costa Filho.
Participava de festivais e já começava a despontar pelas suas letras sempre com forte teor social. Aliás, essa era uma marca em sua carreira. Suas letras eram provocativas e, em virtude do regime militar, estava sempre tendo que driblar a censura. Em 73 se apresentou no programa de Flávio Cavalcante e causou grande espanto pelo teor de suas música. Gonzaguinha era agressivo e irônico. Recebeu uma advertência da censura e muitas críticas, mas teve um lado positivo. Seu compacto que estava encalhado nas prateleiras foi rapidamente vendido. Começou aí a carreira de Gonzaguinha. Era um sucesso na Rádio Tamoio e logo veio a gravar seu primeiro long-play.
Com o passar do tempo percebeu que suas letras não alcançavam o público que ele queria tocar. Assim deu uma guinada na carreira e começou a ser mais leve. De certa forma, os tempos haviam mudado e o discurso foi se adaptando às circunstâncias.
No ano de 1976 lançou o disco “ Começaria Tudo Outra Vez” onde conseguiu o sucesso entre as massas. A partir daí se consolidou como compositor sendo gravado por cantoras como Elis Regina, Simone e Maria Bethânia. No dia 9 de abril de 1991 Gonzaguinha morre em um acidente de carro em uma estrada do sul do Paraná, próximo a Pato Branco, em uma estradinha perigosa e mal cuidada. Mais uma vez, por descaso o país perdia mais uma  grande referência...

terça-feira, 20 de julho de 2010

Nº 050 - Karmann Ghia Conversível


Falando nos Karmann, eu tenho o privilégio de contar com a amizade de um profundo conhecedor desse modelo em particular e também de muitos outros carros. O Carlos, ou Quinho para nós, é uma daquelas pessoas iluminadas por Deus, dotado de uma paz interior e sabedoria de monge  budista, que tem sempre uma palavra correta para cada momento desta jornada difícil que é a vida.
Suas palavras podem não nos agradar em alguns momentos, principalmente quando estamos para tomar alguma "decisão", pois como um bom "conselheiro", ele não veio a este mundo para passar a mão na cabeça de ninguém. Por isso, permanecemos calados diante das suas opiniões, respeitando a sua inteligência, que obviamente só pode ter vindo de experiências adquiridas nesta e em outras vidas. Estar na sua companhia é receber a boa energia de um espírito elevado, íntimo de Deus.
Mas rasgação de seda à parte, como eu ia dizendo, O Quinho além de já ter possuído uma centena de carros, ter tido vários karmann's dos mais diversos modelos e anos, é também o feliz proprietário desta máquina azul que recebeu de fábrica a plaqueta de nº 050, de um total de apenas 177 produzidos nesta carroceria conversível. Ainda, pra que vocês possam entender como esse "cara" é um medalhão no mundo dos karmann, ele além desse já foi proprietário do de nº 060, de um do ano de 1972 (foram produzidos apenas 80) e mais no mínimo dez outros da versão coupê. Então, que me perdoem os que se julgam entendidos ... Não tem pra ninguém, duvido que tenha neste país outra pessoa com a experiência e conhecimento que o Quinho tem. 
Quinho, 
Além de podermos compartilhar desse seu conhecimento, nós como seus amigos só temos a agradecer por tudo que você nos proporcionou com sua amizade sem nunca pedir nada em troca. Nossa dívida com você é enorme ... 
Obrigado Amigo.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Karmann Ghia

O mais próximo que nós brasileiros conseguimos chegar perto de um Porsche  foi com o Karmann-Ghia. No Brasil, foi comercializado de 1962, já como modelo 1963, à 1975. No modelo alemão, o carro foi fabricado até 1972, sendo neste último ano produzidos apenas 80 unidades. Em 1971 a Volkswagen apresentou um projeto exclusivo de carroceria que foi o modelo TC, um pouco mais quadrado e só produzido aqui mesmo. Também, de 1968 á 1970 foram comercializados os conversíveis, com uma produção total de apenas 177 unidades, das quais dizem apenas 102 ainda existentes. (fonte: Karmann-Ghia Clube de São Paulo).  Dificilmente você encontrará uma dessas unidades rodando por aí e muito mais difícil vê-la à venda, chegando o seu preço  a no mínimo 100 mil reais.

Ford 1937 coupê - Scarlet Phantom


 
O Ford 1937 foi um marco na história da montadoura pois inovou em vários aspectos. Um deles foi imbutir o farol nos paralamas, outro foi trazer uma grade em forma de cunha que acabava se integrando ao capô e laterais do motor. O carro ficou extremamente bonito em todas as suas versões, sendo sempre um ícone para colecionadores, rodders e corredores de carreteiras aqui no Brasil. Por causa disto também, muitos foram "picados" para as corridas que se realizavam principalmente aqui no sul. Neste ano, a Ford deixou de fazer o modelo de 3 janelas, como vinha fazendo até 1936, deixando apenas o modelo coupê de 5 janelas em duas versões, uma com um porta malas maior, aqui chamada popularmente de "rabuda" e outra com espaço interno maior, conhecida como "rabo curto". Lógico que a mais cultuada e bonita foi a "rabuda", pois transformou-se em uma peça de coleção de poucos. 
Para este carro, não há no meu modo de pensar muito no que se mexer, seu projeto beira a perfeição. Porém, quando conhecí o projeto e o produto final de um americano, percebí que realmente é muito difícil você dizer que no mundo dos hot rods tudo já foi inventado.  Lógico que o designed tinha que ser do Chip Foose, que tem uma visão de linhas perfeitas, assossiado com seu conhecimento, consegue adaptar peças e desenhos de outros carros chegando realmente a prefeição. 
Assim é o Scarlet Phantom, um coupê transformado em 3 janelas com muita esclusividade e estilo. Impossível alguém dizer que não gostou do resultado. Por aqui, em terras tupiniquins, o nosso "Chip Foose", vem montando um coupê que aposto vai ser não só um sucesso nacional como também vai ganhar páginas de revistas americanas, tamanho é o projeto e cuidado com que vem sendo construído (ops ... segredo) não posso falar mais!